sábado, 28 de setembro de 2013

Setembro foi mês de venenosas claridades


Vou fazer-te uma confidência, talvez tenha já começado a envelhecer e o desejo, esse cão, ladra-me agora menos à porta.
Nunca precisei de frequentar curandeiros da alma para saber como são vastos os campos do delírio.
Agora vou sentar-me no jardim, estou cansado, Setembro foi mês de venenosas claridades,
mas esta noite, para minha alegria, a terra vai arder comigo. Até ao fim.




Eugénio de Andrade