quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O corpo atento


A tarde avança em lençóis de fumo
  e tu não bates à minha porta.
Enrolo um cigarro de lume para acabar com a dor.
Tenho os ouvidos lá fora e o corpo atento
O meu coração é um bandido sem navio nem marés
Perdidos os mastros não sabe gritar.
Por isso sou apenas um retrato
Sem perfil nem disfarce.
A tarde é uma égua e a tua demora uma navalha.




Isabel Mendes Ferreira