segunda-feira, 24 de março de 2014

Estou ausente



Não interessa se falho na tarefa, 
ao fim e ao cabo o imutável sempre
 continuará imutável, e nada 
somo ou tiro. A lua estará quieta
 despertando-me sempre. Enquanto as margens
 continuarão rasgadas pelo mar. 
O sol continuará esse implacável
 assombro. Sempre haverá uma aranha
 a vomitar cristal e seda juntos. 
Sempre haverá névoa. E continuará
 a feroz ternura das tuas mãos. 




 Amalia Bautista
 (trad. Inês Dias)